quarta-feira, 23 de junho de 2010
quarta-feira, 9 de junho de 2010
A lenda da Perna Cabeluda surgiu em Recife, Pernambuco, na década de 1970, sem que ninguém saiba precisar quando isso realmente aconteceu. Afinal de contas, lenda é lenda, não tem pai, nem mãe, nem certidão de nascimento, nada, afinal, que possa comprovar quando, onde e como começou a ser falada. Apenas aparece, vai aos poucos se tornando conhecida de mais e mais gente, e quando menos se espera lá está ela incluída no folclore de algum lugar. Pois a história da Perna Cabeluda passou pelo mesmo processo de divulgação popular, foi mencionada em letras musicais, serviu de tema em literatura de cordel e filme, comentada em rádio e serviços de alto-falante, ganhou fama e tornou-se conhecida. Resumindo, caiu na boca do povo.
Muitas são as explicações sobre a origem da lenda. Uma a vincula ao achado de uma perna humana cabeluda que se encontrava boiando no rio Capibaribe, caso que por não ter sido solucionado pela polícia transformou-se em prato cheio para a imprensa. Que inicialmente alimentou a esperança de encontrar alguém capaz de clarear o assunto, e por isso perguntou em suas páginas: De onde veio a perna? De quem era ela? Como foi parar no rio? Quem a amputou? Mas em vão...
Surgiu então a proposta da criação de versões fantasiosas, sensacionalistas, porque, afinal de contas, o jornal precisava atrair a atenção de alguma forma, para poder vender seus exemplares. Foi quando se começou a dizer que a perna mal-assombrada corria atrás das pessoas nas ruas da capital pernambucana, tudo avalizado pelo depoimento de “testemunhas” que afirmavam terem sido perseguidas por ela. E assim continuou sendo feito por algum tempo, até que a brincadeira cansou, e com isso os relatos sobre a perna cabeluda foram suspensos. Mas o povo não a esqueceu porque os guardiões das idéias, artistas e escritores, em geral, mantiveram-na viva na memória dos recifenses.
FERNANDO KITZINGER DANNEMANN